
O psicólogo Gustavo Tozzi, diretor do Instituto Ninar, foi o entrevistado do programa CB.Saúde — parceria do Correio Braziliense e TV Brasília — desta quinta-feira (29/5), em que falou sobre o transtorno do espectro autista (TEA) na vida adulta e na adolescência. Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, o especialista também comentou sobre o diagnóstico tardio, aumento de casos e uma possível defasagem nos números de pessoas diagnosticadas.
Sobre o aumento considerável de diagnósticos de TEA nos últimos anos, Tozzi atribuiu isso a mais de um fator. “O primeiro é a mudança nos critérios de diagnósticos, em especial de 2012 para 2013, quando tivemos o lançamento do manual estatístico dos transtornos mentais e psiquiátricos”, ressaltou. Além disso, de acordo com o psicólogo, os profissionais estão mais bem preparados para fazer o diagnóstico.
Em relação ao diagnóstico em adultos, o especialista afirmou que muitos estão recebendo diagnósticos tardios. “São pessoas que tangenciavam alguns critérios, mas não tinham comportamentos suficientes para poder compor aquilo que se entendia como autismo, naquela época (antes de 2013)”, explicou.
Questionado sobre uma possível defasagem no número de autistas no Brasil, o psicólogo alertou que é possível imaginar esse cenário. “Dados norte-americanos mais recentes colocam um caso para cada 31 nascimentos. Sobre o Censo, estamos falando de dados que foram colhidos em 2022 e que se aproximam muito dos dados da penúltima pesquisa norte-americana. Por isso, é possível sim, que a gente tenha um número ainda maior”, avaliou.