Hipertensão

Estudo mostra sucesso de injeção semestral para controlar pressão arterial

Aplicada duas vezes por ano, com efeitos a longo prazo, deve ser associada a outros medicamentos, é indicada para pacientes resistentes aos tratamentos tradicionais. Por enquanto, está em fase de testes, mas especialistas ouvidos pelo Correio elogiam

É uma alternativa para os hipertensos que não conseguem manter rotinas com remédios   -  (crédito:  Reprodução/Freepik)
É uma alternativa para os hipertensos que não conseguem manter rotinas com remédios - (crédito: Reprodução/Freepik)

 Um estudo com 663 homens e mulheres adultos, que apresentavam dificuldades de controle da pressão arterial, mostrou a eficiência de uma injeção, a zilebesiran com outros medicamentos, como forma de combater a hipertensão. A pesquisa foi conduzida por Manish Saxena, codiretor clínico do Centro de Pesquisa Clínica William Harvey da Queen Mary University de Londres e especialista em hipertensão do Barts Health NHS Trust, autor sênior da nova publicação.

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Zilebesiran é um medicamento experimental que utiliza tecnologia de interferência de RNA, bloqueando a produção de uma proteína específica no fígado (angiotensinogênio), ajudando os vasos sanguíneos a relaxar e reduzindo a pressão arterial. A injeção é aplicada sob a pele a cada seis meses e seus efeitos duram exatamente o tempo entre uma e outra dose. A próxima etapa da pesquisa envolve estudo da fase 2, o KARDIA-3, para verificar se é eficiente para tratar hipertensos com doença cardiovascular estabelecida, ou com alto risco de doença cardiovascular. O estudo foi publicado na revista JAMA.

Saxena ressaltou que a hipertensão afeta 1 em cada 3 adultos no Reino Unido e, se não for tratada, aumenta o risco de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos, derrames e até morte. No Brasil, mais de 27% da população apresenta o diagnóstico, esse percentual aumenta a partir dos 30 anos. "A novidade deste tratamento é sua longa duração; istrar apenas uma injeção a cada seis meses pode ajudar milhões de pacientes a controlar melhor sua condição", ressaltou.

Recomendações

Stephanie Mares, a médica cardiologista do Hospital Brasília Águas Claras, da Rede Américas, sugere cautela sobre as expectativas em torno da injeção, mas se disse confiante com os resultados positivos. "Ainda é muito cedo para dizermos que essa injeção será a solução para o controle da pressão, porém os resultados são muito promissores. O estudo foi conduzido por uma instituição muito confiável, a Queen Mary University, na Inglaterra e publicado por uma revista de alto impacto na medicina, o JAMA (The Journal of the American Medical Association). Ainda é um resultado único e necessita de mais estudos em outros locais, chamado de estudo multicêntrico."

Porém, Jim Davis de Oliveira, cardiologista do Hospital Anchieta de Taguatinga, destacou o diferencial da injeção para os demais medicamentos — feitos de longa duração. "O grande diferencial do zilebesiran é justamente sua longa duração de ação: uma única aplicação pode manter os efeitos por até seis meses. Isso representa um avanço importante, especialmente para pacientes que esquecem ou não conseguem tomar os comprimidos diariamente", disse. "Mas ainda estamos diante de uma medicação em fase de estudos, mas os dados até agora indicam que ela pode se tornar uma opção mais prática, eficaz e segura para milhões de pessoas que lutam contra a hipertensão e seus riscos, como infartos e AVCs."

Para a cardiologista, independentemente da pesquisa que prossegue, é importante manter os cuidados para controle da pressão arterial e qualidade de vida. "Existem mudanças no estilo de vida que podem contribuir para o controle da hipertensão arterial, como cessação de tabagismo, redução do consumo de sal, atividade física e redução de peso", disse. Porém, ela ressaltou que é importante considerar a genética. "O fator genético é muito importante, porém obesidade, síndrome da apneia do sono, estresse, uso excessivo de sal e uso de medicamentos como anti-inflamatório, corticoides e hormônios podem aumentar a pressão arterial."

Alimentação equilibrada 

 Uma boa alimentação é essencial para controle da hipertensão, a dieta balanceada é uma aliada fundamental para ajudar na regulação dos níveis de pressão. Alguns fatores podem contribuir para alta prevalência, como obesidade, obesidade abdominal, histórico familiar, sedentarismo, tabagismo e estresse. O consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de rico modificáveis para controle, recomenda-se que a ingestão de sódio seja limitada a aproximadamente 2g/dia (o equivalente a cerca de 5g de sal por dia na população em geral).

Ana Paula Souto Souza, nutricionista do Instituto de Neurologia de Goiânia (ING)

 

Três perguntas para

Fabrício Silva, médico cardiologista, especialista em clínica médica e emergências e mestre em ciências médicas pela Universidade de Brasília (UnB)

 

Na sua avaliação, essa injeção associada aos medicamentos pode ser a solução para o controle da hipertensão?

É uma injeção aplicada duas vezes por ano, muito promissora, porque no tratamento da hipertensão, os desafio são a adesão do paciente, a regularidade, a constância informada da injeção diariamente. Então é uma medicação de tempo de ação prolongado, sendo feita numa posologia, ou seja, em doses mais fáceis de serem aceitas pelos pacientes, traz grande expectativa aí no controle efetivo da hipertensão arterial. A hipertensão arterial é uma doença crônica, não curável, mas tratável e controlável, então o propósito realmente é controlar. O estudo do KG-2, verifica a segurança e a eficácia, o esteto social na droga. Ainda vão começar os testes químicos agora mais acurados, que é o KG-3 que está rodando. As expectativas são grandes.

 

Como o paciente, sozinho, pode tentar controlar a hipertensão?

Os principais fatores, além de genéticos, são obesidade, diabetes, sedentarismo, apneia de sono, são os principais contribuintes. Temos outros casos mais raros de hipertensão secundária, que podem ser ocasionados por outras operações como o tireoide, como algumas doenças da adrenal, que é uma glândula que fica próximo ao rim, como por exemplo, doenças mais raras como o cromostoma, que podem ocursar a hipertensão arterial, mas basicamente, são os fatores adquiridos ao longo da vida que mais contribuem a obesidade, sedentarismo, apneia de sono e diabetes.

 

Quais fatores externos cooperam para as alterações, de acordo com sua experiência prática?

Várias ações de mudanças de estilo de vida, mudanças comportamentais, impactam muito na controle da pressão arterial. Sozinho, o paciente pode ajustar as questões, como diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados que contêm muito sódio, reduzir o sal, as gorduras saturadas, manter-se saudável. Ao mesmo tempo, é importante fazer exercícios físicos. O exercício físico é fundamental para que mantenha esses efeitos nesse controle, além da alimentação saudável e uma boa noite de sono. Essas são ações que o paciente sozinho pode realizar para contribuir no controle da pressão arterial.

 

 

Fabrício Silva, médico cardiologista, especialista em Clínica Médica e Emergências e mestrado em ciências médicas pela Universidade de Brasília (UnB)

Fabrício Silva, médico cardiologista, especialista em Clínica Médica e Emergências e mestrado em ciências médicas pela Universidade de

Brasília (UnB)

Na sua avaliação, essa injeção associada aos medicamentos pode ser a solução para o controle da hipertensão?

É uma injeção aplicada duas vezes por ano, muito promissora, porque no tratamento da hipertensão, os desafio são a adesão do paciente, a regularidade, a constância informada da injeção diariamente. Então é uma medicação de tempo de ação prolongado, sendo feita numa posologia, ou seja, em doses mais fáceis de serem aceitas pelos pacientes, traz grande expectativa aí no controle efetivo da hipertensão arterial. A hipertensão arterial é uma doença crônica, não curável, mas tratável e controlável, então o propósito realmente é controlar. O estudo do KG-2 é um estudo de fase de segurança eficaz, o estudo do estudo do esteto social na droga é segura e eficaz. Ainda vamos começar os testes químicos agora mais acurados, que é o KG-3 que está rodando, e as expectativas sobre o estudo são grandes.

Como o paciente, sozinho, pode tentar controlar a hipertensão?

Os principais fatores, além de genéticos, são obesidade, diabetes, sedentarismo, apneia de sono, são os principais contribuintes. Temos outros casos mais raros de hipertensão secundária, que podem ser ocasionados por outras operações como o tireoide, como algumas doenças da adrenal, que é uma glândula que fica próximo ao rim, como por exemplo, doenças mais raras como o cromostoma, que podem ocursar a hipertensão arterial, mas basicamente, são os fatores adquiridos ao longo da vida que mais contribuem a obesidade, sedentarismo, apneia de sono e diabetes.

Quais fatores externos cooperam para as alterações, de acordo com sua experiência prática?

Várias ações de mudanças de estilo de vida, mudanças comportamentais, impactam muito na controle da pressão arterial. Sozinho, o paciente pode ajustar as questões, como diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados que contêm muito sódio, reduzir o sal, as gorduras saturadas, manter-se saudável. Ao mesmo tempo, é importante fazer exercícios físicos. O exercício físico é fundamental para que mantenha esses efeitos nesse controle, além da alimentação saudável e uma boa noite de sono. Essas são ações que o paciente sozinho pode realizar para contribuir no controle da pressão arterial. (RG)

Boa alimentação é essencial

 

Uma boa alimentação é essencial para controle da hipertensão, a dieta balanceada é uma aliada fundamental para ajudar na regulação dos níveis de pressão. Alguns fatores podem contribuir para alta prevalência, como obesidade, obesidade abdominal, histórico familiar, sedentarismo, tabagismo e estresse. O consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de rico modificáveis para controle, recomenda-se que a ingestão de sódio seja limitada a aproximadamente 2g/dia (o equivalente a cerca de 5g de sal dia na população em geral.

Ana Paula Souto Souza, nutricionista do Instituto de Neurologia de Goiânia (ING)

postado em 30/05/2025 06:00
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