A composição nutricional de sete frutos nativos do Cerrado, pouco explorados na literatura científica, foi descrita por cientistas Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Estadual de Campinas. Esses frutos têm níveis de carboidrato e de umidade comparáveis aos das frutas convencionalmente consumidas, enquanto as taxas de proteína variam entre 3,4% e 16,2% — maiores aos das frutas comerciais, que apresentam entre 1,1% e 5,8%.
As espécies lobeira (Solanum lycocarpum), angelim-rasteiro (Andira humilis), abacaxi-do-cerrado (Ananas ananassoides), araçá-do-campo (Psidium grandifolium), caraguatá (Bromelia balansae), pequi (Caryocar brasiliense) e Araticum (Annona crassiflora) tiveram suas amostras coletadas e avaliadas levando em consideração a polpa, as sementes e as cascas.
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Enquanto lobeira, angelim-rasteiro e abacaxi-do-cerrado apresentaram altos teores de proteína (15,9%, 16,2% e 10%, respectivamente), os frutos de araçá-do-campo, caraguatá e araticum mostraram alta concentração de carboidratos (23,8%, 21,6% e 35,9%). A umidade dos frutos variou de 55,2% a 83%, com baixos níveis de lipídios — exceto no caso do pequi, conhecido pela alta concentração (40%).
Os pesquisadores destacaram que, além do valor nutricional, os frutos desempenham papel ecológico relevante como parte da dieta de animais do Cerrado, como o lobo-guará. O estudo também aponta que essas espécies podem ser fontes para novos produtos alimentícios, farmacêuticos ou cosméticos.
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“O estudo preenche lacunas importantes, especialmente porque é a primeira descrição da composição dos frutos de Andira humilis (angelim-rasteiro) e Psidium grandifolium (araçá-do-campo). Mostra que o Cerrado é ainda mais rico do que se sabia, não apenas em biodiversidade, mas também em potencial nutritivo”, explica o pesquisador Renato D’Elia Feliciano.
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“Como essas espécies têm pouco interesse comercial e o limitado, há uma grande lacuna no conhecimento científico sobre seu valor nutricional. A pesquisa também reforça a importância dos frutos na dieta das espécies nativas e, com isso, a importância de conservar o Cerrado", acrescenta.
O estudo foi publicado na revista Brazilian Journal of Food Technology e pode ser ado na íntegra neste link.
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