
Leveza, descontração e sensualidade marcam o single Me dá razão, da cantora Jesuton, que será lançado na próxima sexta-feira (6/6). Essa é a terceira música do novo álbum da cantora britânica cuja trajetória profissional se iniciou no Brasil, em 2012. O disco Hoje, primeiro de Jesuton em língua portuguesa, demonstra gratidão ao país que a fez reconhecer a própria identidade. “Sou quem eu sou por causa desses 13 anos”, afirma.
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Me dá razão conta com batidas e trecho da cantora angolana Pongo, parceira que compartilha “ancestralidade africana”, eixo que norteia todas as faixas do disco que sairá em julho. O novo single apresenta lado mais lúdico do que, por exemplo, o anterior, Terremoto (Angela Davis), com participação do duo brasileiro Deekapz. “Esse projeto fala da experiência negra brasileira. A gente é dor, mas também resistência”, aponta a artista.
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Filha de nigeriano e jamaicana, Jesuton se apresentava nas ruas do Rio de Janeiro, quando uma oportunidade na televisão aberta brasileira alavancou sua carreira. “Viver da minha arte é um presente. Não imaginava isso”, revela. Em entrevista ao Correio, ela comentou aspectos do novo disco e da trajetória profissional.
Entrevista//Jesuton
O single Me dá razão conta a participação da Pongo. Como vocês firmaram essa parceria internacional?
Pongo é uma cantora que iro muito. Nós duas carregamos uma ancestralidade africana e convivemos bastante em Portugal. Essa música é uma demonstração da conexão que culturas distintas podem ter.
O álbum Hoje é o primeiro em língua portuguesa. Por que essa escolha agora?
Fui muito cautelosa para entender o que se ava no universo brasileiro. Comecei em inglês antes de desenvolver um olhar sobre o Brasil, para entender quem eu sou nesse território. Agora é o momento para o português. Estou em posição firme: sei quem eu sou e o que quero dizer.
Além do idioma, no que o álbum atual se diferencia dos outros trabalhos?
É o maior intervalo de produção da minha carreira, com o trabalho mais aprofundado. Não inventei nada, mas as composições associam elementos de maneira inovadora. Foram importantes os ritmos afro-brasileiros, como pagode e afrobeats. Também destaco a parte espiritual. Sinto que foi minha oferenda ao Brasil por esses 13 anos que me formaram como ser humano e artista. Me sinto brasileira.
Como as parcerias com Rincon Sapiência, Trevo, Dawer x Damper, Slipmami, Mu540, Deekapz influenciaram o disco?
Esses artistas ajudaram a compor esse mosaico diverso da experiência negra no Brasil. Não somos uma coisa só. Essas participações ajudam a fornecer imagens dessas experiências físicas, espirituais e políticas.
O que o público pode esperar do álbum Hoje?
Suor, ternura, brilho. É dançante e ao mesmo tempo ancora a minha verdade. Não conseguimos evitar ar por dores. O que eu quis fazer foi mostrar maneiras de enfrentá-las.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel