Mercado de automóveis

Conheça o Tesla Cybertruck, carro "diferentão" da empresa de Musk

Caminhonete tecnológica da marca é comercializada apenas no exterior, mas o engenheiro elétrico Aurélio Rosa trouxe duas para o Brasil e enaltece as inovações do modelo

Design do Cybertruck chama atenção pelo formato pontiagudo e aparência futurista -  (crédito: Cadu Ibarra/CB/D.A. Press)
Design do Cybertruck chama atenção pelo formato pontiagudo e aparência futurista - (crédito: Cadu Ibarra/CB/D.A. Press)

A Tesla nunca foi conhecida por ter medo de inovar e um bom retrato disso foi em 2019, quando a empresa de Elon Musk resolveu surpreender no mundo automotivo e lançou a Cybertruck. O design da picape certamente divide o público, com uma aparência que mescla uma caminhonete off-road com máquinas dignas de filmes futuristas como Mad Max ou o Delorean do De volta para o futuro.

Apesar de ser comercializada apenas nos exterior, as ruas do Distrito Federal também puderam ver um pouco do que o veículo é capaz. O engenheiro Aurélio Rosa, de 36 anos, trabalhou na Tesla entre 2013 e 2021 e, ao voltar para o Brasil, procurou trazer modelos da marca para usar no país.

“Eu ajudava a fazer o design dos carros, do software deles. Trabalhei no software de condução autônoma e tenho uma paixão muito grande pela Tesla. Por isso, resolvi primeiro trazer de presente o Model 3 azul para o meu pai, em 2021. Foi muito legal, aí trouxe um para mim também e gostei demais”, contou ao Correio.

“A motivação para trazer o Cybertruck depois foi porque minha mãe é apicultura, então quis dar para ela a caminhonete da Tesla, pensando nela também poder usar para trabalhar. Dei uma para ela e outra para mim“, acrescentou.

Apesar de cerca de 200 exemplares rodarem pelo Brasil, os carros da marca não são comercializados no país. Por isso, Aurélio buscou importá-los dos Estados Unidos. O engenheiro contratou uma empresa especializada, que fez o transporte dos veículos por navio até a entrega em casa, e de um advogado para resolver as burocracias. Todo o processo levou oito meses, somando o tempo de deslocamento e de emplacamento, até ele poder começar a aproveitar.

"O Cybertruck é espetacular. É até difícil dizer no que ele é parecido com outros carros, o comum é ter quatro rodas. A estrutura é toda de aço, com esse exoesqueleto, deixando muito resistente a riscos ou batidas. É uma caminhonete, então tem uma traseira gigantesca, com divisórias e presilhas, além do sistema de tonneau, que é como se fosse um portão automático em cima dele que fecha e trava a traseira, protegendo de chuva e poeira”, detalhou.

A parte favorita de Aurélio, porém, envolve tecnologia inserida no veículo. A queridinha do engenheiro é o sistema de steer-by-wire (direção por fio, em português), que significa que não há conexão mecânica entre o volante e as rodas. O processo é feito por sensores eletrônicos entre as duas partes, fazendo a direção ser mais responsiva e menos exigente de esforço do motorista.

“O volante é como se fosse um joystick de videogame. A atuação da roda é feita por um motor elétrico que faz ela girar, inclusive as de trás, que fazem com que o Cybertruck tenha um arco de curvatura menor do que um carro desse tamanho teria. O software determina o quanto vai virar a roda, de acordo com o que você mexer no volante. Dependendo da velocidade ele também ajusta, seja para estacionar ou em uma rodovia, por exemplo, que te dá uma sensação de direção muito singular. Parece até ser um veículo até menor, a precisão é muito alta”, enalteceu.

O volante, inclusive, concentra botões de função, como seta, farol e limpador de vidros, que podem ser acionados com o dedo, pois a Tesla costuma dispensar equipamentos como alavancas. Ao lado, o de 18,5 polegadas apresenta outras funcionalidades e é um dos destaques internos, além do teto solar e do espaço amplo para cada banco.

O que não podia faltar, claro, é a aceleração. O engenheiro compara o veículo da Tesla com carros de marcas como Lamborghini, Ferrari ou Porsche, pois pode chegar de 0 a 100 quilômetros em 2,6 segundos, marca ainda mais valorizada em razão do peso do carro, de 3.200 toneladas. Mesmo assim, a segurança não fica de lado.

“Esse é um ponto muito importante para mim. Sou muito preocupado com o bem-estar da minha família e dei esse carro de presente para minha mãe sabendo que é um dos mais seguros do planeta. Várias agências dos Estados Unidos fizeram testes de segurança nele que mostram que ele é ótimo, tranquilo de dirigir, forte para fazer ultraagens na estrada e boa suspensão, parece que você está flutuando sobre os buracos. É uma parte apaixonante”, valorizou.

No meio de tantos pontos positivos, um negativo pode ser a dificuldade para reparos, já que a empresa não comercializa veículos. Ainda assim, Aurélio consegue encontrar maneiras para contornar a questão, como o apoio de uma mecânica na região Sul especializada em elétricos. Independente disso, ele sequer pensa na possibilidade de revenda e quer curtir ao máximo a máquina.

“Por eu ter trabalhado na Tesla, tenho o conhecimento técnico para resolver problemas do dia a dia caso apareça algum, como já fiz outras vezes. Quando viajo para fora também aproveito para trazer alguma peça de reposição. Por agora quero aproveitar ele, vender só no futuro, talvez. Meu objetivo é a segurança, o conforto e a tecnologia. Elétrica sempre foi uma paixão minha, então para mim isso tudo é um sonho, estou muito feliz”, encerrou.

AR
postado em 28/05/2025 18:28 / atualizado em 28/05/2025 21:29
x