
A final da Champions League traz o duelo de dois treinadores que chegam a Munique para coroar pontos cruciais em suas carreiras. Luis Enrique e Simone Inzaghi, comandantes de PSG e Internazionale, possuem trajetórias diferentes, mas também há semelhanças entre seus momentos mais recentes.
Reinvenção em meio a traumas familiares
O espanhol teve que se reinventar após uma tragédia em sua família. Campeão da Champions em 2015 com o Barcelona, Luis Enrique perdeu a filha Xana, de nove anos, em 2019, por conta de osteossarcoma, um tipo raro de câncer nos ossos. O baque fez o treinador pensar na carreira, mas não tirou sua sede de vitórias.
Um ano antes, Enrique havia assumido a Seleção da Espanha, após a Copa do Mundo de 2018. Se afastou por conta dos problemas familiares e voltou no final de 2019. Disputou a Eurocopa e a Copa do Mundo, na qual não conseguiu sucesso e viu duas eliminações nos pênaltis em ambas as competições.
Em busca de reconquistar o brilho no futebol, Luis Enrique atracou em Paris. Ao contrário do Barça, onde trabalhou com Messi, Suárez e Neymar, o treinador chega no PSG após as saídas do argentino e do brasileiro. A grande estrela era Mbappé, que partiu para o Real Madrid após uma derrota na semifinal da Champions.
Entretanto, sem estrelas globais, o treinador conseguiu encaixar o seu jogo. Demorou um pouco, já que venceu apenas um jogo nas cinco primeiras partidas da Champions. Porém, a virada de ano, com a chegada de Kvaratskhelia mudou os ares parisienses. O PSG cresceu, Dembélé se tornou o astro ausente e aos poucos as barreiras foram derrubadas.
Com três vitórias seguidas, avançou direto para os playoffs. Eliminou primeiro o Brest, e depois virou rei da Inglaterra, ando por Liverpool, Aston Villa e Arsenal. Agora, em Munique, tenta coroar o seu retorno aos brilhos do futebol, em homenagem a sua amada filha, da qual nunca se esqueceu.
Para cumprir a profecia de Guardiola
Simone Inzaghi cresceu na carreira de treinador, fazendo o oposto em relação ao seu irmão. Como jogador, Pippo foi um dos grandes atacantes da sua geração, sendo ídolo do Milan e campeão do Mundo em 2006. Por outro lado, Simone também atuava no ataque e teve grande destaque no Lazio, onde permaneceu por 11 anos e marcou 55 gols, tendo saída por empréstimos.
No clube de Roma, Inzaghi iniciou sua trajetória como treinador no time Sub-20. Depois de seis anos, assumiu o comando da equipe principal da Biancocelesti. Pelas Águias, conquistou a Copa da Itália uma vez e a Supercopa da Itália duas vezes.
Em 2021, chegou ao rival do seu irmão. Pela Inter de Milão, estreou conquistando a Copa da Itália, quebrando um jejum de 11 anos sem levar a taça. Renovou o contrato, mas começou sua segunda temporada com muitas críticas da torcida. O cenário apontava para uma saída, mas a classificação nas quartas de final da Champions, contra o Benfica. Mesmo com um Campeonato Italiano ruim, a Nerazurri chegou na final do torneio europeu, onde perdeu para o Manchester City.
Na ocasião, Guardiola fez uma previsão que Inzaghi voltaria a disputar a final da Champions em pouco tempo, assim como havia acontecido com o City, que perdeu a decisão em 2021. Dois anos depois, o italiano está de volta e busca cumprir à risca o que disse o espanhol.
Com um esquema equilibrado e moderno, Inzaghi conquistou a Série A em 2023/24. Nesta temporada, lutou até o fim pelo título italiano, mas conseguiu ir muito bem durante toda a Champions. A Inter teve uma classificação de gala contra o Barcelona na semifinal e agora o treinador quer o grande título da sua carreira para colocar o seu sobrenome no hall de técnicos campeões europeus.
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