{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/mundo/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/mundo/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/mundo/", "name": "Mundo", "description": "Fique por dentro sobre o que acontece no mundo. Américas, Europa, África, Ásia, Oceania e Oriente Médio estão em destaque ", "url": "/mundo/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/mundo/2025/05/7156354-o-drama-da-bebe-desnutrida-com-bloqueio-israelense-em-gaza-com-5-meses-pesava-so-2kg.html", "name": "O drama da bebê desnutrida com bloqueio israelense em Gaza: 'Com 5 meses, pesava só 2kg'", "headline": "O drama da bebê desnutrida com bloqueio israelense em Gaza: 'Com 5 meses, pesava só 2kg'", "description": "", "alternateName": "ORIENTE MÉDIO", "alternativeHeadline": "ORIENTE MÉDIO", "datePublished": "2025-05-26T09:49:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Não há nenhuma alegria nos rostos das crianças enquanto as filmamos com nossa câmera <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/topics/c8y94y3zv32t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">em Gaza.</a> As crianças mal olham para a câmera. <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/cje77pkyzlvo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">O que poderia surpreender uma criança</a> que vive entre os mortos e os que esperam a morte? A fome tirou todas as suas forças.</p> <p class="texto">Elas esperam em filas por refeições pequenas ou até mesmo por um prato vazio. Elas já se acostumaram com meu colega e sua câmera filmando para a BBC. Ele testemunha a fome, a morte e o seus frágeis corpos envoltos em vestes leves e brancas nas quais seus nomes, se conhecidos, estão escritos.</p> <p class="texto">Durante <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/c14kn3l4pjeo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">19 meses de guerra</a>, e agora sob <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/topics/c5qvpqydjk0t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">uma nova ofensiva de Israel</a>, este cinegrafista local — cujo nome não revelarei para sua segurança — ouviu os gritos angustiados dos sobreviventes nos pátios dos hospitais.</p> <p class="texto">Sua distância física é respeitosa, mas os pacientes nos hospitais estão em sua mente, dia e noite. Ele se sente como um deles, preso no mesmo inferno claustrofóbico.</p> <p class="texto">Esta manhã, ele está saindo para encontrar Siwar Ashour, uma bebê de cinco meses cujo corpo magro e choro exausto no hospital Nasser, em Khan Younis, o deixaram tão abalado quando ele a filmou lá no início deste mês, que ele me escreveu para dizer que algo havia se rompido dentro dele.</p> <p class="texto"><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/cm2yy061n6ro?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Ela pesava pouco mais de 2 kg</a>. Uma bebê de cinco meses deve pesar cerca de 6 kg ou mais.</p> <p class="texto">Meu colega ouviu que Siwar já recebeu alta e está em casa. É isso que o traz às ruas de casas destruídas e abrigos improvisados de lona e ferro.</p> <p class="texto">As circunstâncias de trabalho são difíceis. Há alguns dias, enviei uma mensagem perguntando como ele estava.</p> <p class="texto">"Não estou bem", respondeu ele. "Há pouco tempo, o exército israelense anunciou a evacuação da maioria das áreas de Khan Younis... Não sabemos o que fazer — não há lugar seguro."</p> <p class="texto">"Al-Mawasi está extremamente superlotada de deslocados. Estamos perdidos e não temos ideia de qual é a decisão certa neste momento."</p> <p class="texto">Ele encontra um barraco de um quarto, cuja entrada é formada por uma cortina cinza e preta com estampa floral. Lá dentro, há três colchões, parte de uma cômoda e um espelho que reflete a luz do sol no chão, na frente de Siwar, sua mãe, Najwa, e sua avó, Reem.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/ace/standard/raw/sprodpb/0fda/live/9db69fa0-399f-11f0-8519-3b5a01ebe413.jpg" alt="Mulheres segurando bebê" width="3672" height="2072" /><footer>BBC</footer> <figcaption>A mãe de Siwar, Najwa, e a avó, Reem, têm poucos suprimentos</figcaption> </figure> <p class="texto">Siwar está quieta, amparada pela presença protetora das duas mulheres. A bebê não consegue tomar leite em pó comum devido a uma reação alérgica grave. Diante da guerra e do bloqueio israelense à chegada de ajuda humanitária, <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/c98g8ye6777o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">há uma grave escassez do leite em pó que ela toma</a>.</p> <p class="texto">Najwa, de 23 anos, explica que a condição se estabilizou quando ela estava no hospital Nasser. Os médicos deram alta e também uma lata de fórmula infantil para vários dias.</p> <p class="texto">Agora em casa, ela conta que a bebê começou a perder peso novamente. "Os médicos me disseram que Siwar melhorou e está melhor do que antes, mas acho que ela ainda está magra e não melhorou muito. Conseguiram apenas uma lata de leite em pó para ela, e agora o leite começou a acabar."</p> <p class="texto">Moscas dançam em frente ao rosto de Siwar. "A situação é muito grave", diz Najwa, "os insetos ficam rondando ela, tenho que cobri-la com um lenço para que nada a toque".</p> <p class="texto">Siwar convive com o som da guerra desde novembro ado, quando nasceu. A artilharia, os foguetes, as bombas caindo — distantes e próximas. Os tiros, as hélices dos drones israelenses zumbindo acima. Najwa explica: "Ela entende essas coisas. O som dos tanques, aviões de guerra e foguetes é muito alto e eles estão muito perto de nós. Quando Siwar ouve esses sons, ela se assusta e chora. Se estiver dormindo, acorda assustada e chorando."</p> <p class="texto">Médicos em Gaza afirmam que muitas mães jovens relatam não conseguir amamentar seus bebês. O problema mais urgente é a falta de comida e água limpa.</p> <p class="texto">Najwa estava desnutrida quando Siwar nasceu. Ela e sua mãe, Reem, ainda têm dificuldade para conseguir comida. "No nosso caso, não podemos fornecer leite ou fraldas por causa dos preços e do fechamento da fronteira."</p> <p class="texto">Em 22 de maio, o órgão militar israelense Cogat — que organiza ajuda humanitária a Gaza — disse que não havia escassez de alimentos no território. E afirmou que "quantidades significativas de comida para bebês e farinha para padarias" haviam sido trazidas para o local nos últimos dias.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/ace/standard/raw/sprodpb/2040/live/1a3ad450-39f1-11f0-b220-a104ec6ac9f6.jpg" alt="Crianças esperam por comida em Gaza" width="3377" height="1899" /><footer>BBC</footer> <figcaption>Agências de ajuda humanitária se manifestaram sobre a escassez de alimentos em Gaza</figcaption> </figure> <p class="texto">A agência do Exército de Israel tem insistido repetidamente que o Hamas rouba ajuda humanitária. O governo israelense afirma que a guerra continuará até que o Hamas seja destruído e os reféns israelenses mantidos em Gaza sejam libertados.</p> <p class="texto">Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acredita-se que 20 reféns capturados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 estejam vivos e até 30 outros estejam mortos.</p> <p class="texto">Agências humanitárias, as Nações Unidas e muitos governos estrangeiros, incluindo o Reino Unido, rejeitam o comentário da agência israelense Cogat de que não há escassez de alimentos.</p> <p class="texto">O presidente dos EUA, Donald Trump, também falou sobre pessoas "ando fome" em Gaza.</p> <p class="texto">O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que a quantidade de ajuda que Israel permitiu a Gaza é apenas do tamanho de "uma colher de chá". Ele disse que os palestinos estão "ando o que pode ser a fase mais cruel deste conflito cruel", com fornecimento de combustível, abrigo, gás de cozinha e suprimentos para purificação de água.</p> <p class="texto">Segundo a ONU, 80% de Gaza agora está designada como zona militarizada israelense ou é um lugar de onde as pessoas foram obrigadas a sair.</p> <p class="texto">As negações, as expressões de preocupação, as condenações e os momentos que pareciam pontos de virada surgiram e desapareceram ao longo desta guerra. A única constante é o sofrimento dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza, como Najwa e sua filha Siwar.</p> <p class="texto">"Não pensamos no futuro nem no ado", diz Najwa.</p> <p class="texto">Para elas, só existe o momento presente e como sobreviver a ele.</p> <p class="texto"><em>Com reportagens adicionais de Malak Hassouneh, Alice Doyard e Nik Millard.</em></p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/cm2yy061n6ro?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">Bebês podem morrer em Gaza se Israel não permitir ajuda, diz ONU à BBC</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/cje77pkyzlvo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">A bebê de Gaza enviada de volta à zona de guerra após cirurgia no coração</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com/portuguese/articles/c14kn3l4pjeo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D" target="_blank">O momento em que hospital de Gaza é atingido por bombardeio de Israel</a></li> </ul> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.c5y65r89y9go.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Ac5y65r89y9go%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.noticiasdaparaiba.com%2Fportuguese%2Farticles%2Fc5y65r89y9go%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5BO+drama+da+beb%C3%AA+desnutrida+com+bloqueio+israelense+em+Gaza%3A+%27Com+5+meses%2C+pesava+s%C3%B3+2kg%27%5D&x11=%5B2025-05-26T12%3A49%3A00.473Z%5D&x12=%5B2025-05-26T12%3A49%3A00.473Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/26/1200x801/1_3edeba20_39a0_11f0_851f_813e3b8ee421-52753038.jpg?20250526094941?20250526094941", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/26/1000x1000/1_3edeba20_39a0_11f0_851f_813e3b8ee421-52753038.jpg?20250526094941?20250526094941", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/26/800x600/1_3edeba20_39a0_11f0_851f_813e3b8ee421-52753038.jpg?20250526094941?20250526094941" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Fergal Keane - Da BBC News", "url": "/autor?termo=fergal-keane---da-bbc-news" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 413u21

O drama da bebê desnutrida com bloqueio israelense em Gaza 5k3759 'Com 5 meses, pesava só 2kg'
ORIENTE MÉDIO

O drama da bebê desnutrida com bloqueio israelense em Gaza: 'Com 5 meses, pesava só 2kg' 4s436

Siwar, uma bebê desnutrida de cinco meses, já saiu do hospital em Gaza, mas ela e sua família estão enfrentando dificuldades. 4o3o4l

Não há nenhuma alegria nos rostos das crianças enquanto as filmamos com nossa câmera em Gaza. As crianças mal olham para a câmera. O que poderia surpreender uma criança que vive entre os mortos e os que esperam a morte? A fome tirou todas as suas forças.

Elas esperam em filas por refeições pequenas ou até mesmo por um prato vazio. Elas já se acostumaram com meu colega e sua câmera filmando para a BBC. Ele testemunha a fome, a morte e o seus frágeis corpos envoltos em vestes leves e brancas nas quais seus nomes, se conhecidos, estão escritos.

Durante 19 meses de guerra, e agora sob uma nova ofensiva de Israel, este cinegrafista local — cujo nome não revelarei para sua segurança — ouviu os gritos angustiados dos sobreviventes nos pátios dos hospitais.

Sua distância física é respeitosa, mas os pacientes nos hospitais estão em sua mente, dia e noite. Ele se sente como um deles, preso no mesmo inferno claustrofóbico.

Esta manhã, ele está saindo para encontrar Siwar Ashour, uma bebê de cinco meses cujo corpo magro e choro exausto no hospital Nasser, em Khan Younis, o deixaram tão abalado quando ele a filmou lá no início deste mês, que ele me escreveu para dizer que algo havia se rompido dentro dele.

Ela pesava pouco mais de 2 kg. Uma bebê de cinco meses deve pesar cerca de 6 kg ou mais.

Meu colega ouviu que Siwar já recebeu alta e está em casa. É isso que o traz às ruas de casas destruídas e abrigos improvisados de lona e ferro.

As circunstâncias de trabalho são difíceis. Há alguns dias, enviei uma mensagem perguntando como ele estava.

"Não estou bem", respondeu ele. "Há pouco tempo, o exército israelense anunciou a evacuação da maioria das áreas de Khan Younis... Não sabemos o que fazer — não há lugar seguro."

"Al-Mawasi está extremamente superlotada de deslocados. Estamos perdidos e não temos ideia de qual é a decisão certa neste momento."

Ele encontra um barraco de um quarto, cuja entrada é formada por uma cortina cinza e preta com estampa floral. Lá dentro, há três colchões, parte de uma cômoda e um espelho que reflete a luz do sol no chão, na frente de Siwar, sua mãe, Najwa, e sua avó, Reem.

BBC
A mãe de Siwar, Najwa, e a avó, Reem, têm poucos suprimentos

Siwar está quieta, amparada pela presença protetora das duas mulheres. A bebê não consegue tomar leite em pó comum devido a uma reação alérgica grave. Diante da guerra e do bloqueio israelense à chegada de ajuda humanitária, há uma grave escassez do leite em pó que ela toma.

Najwa, de 23 anos, explica que a condição se estabilizou quando ela estava no hospital Nasser. Os médicos deram alta e também uma lata de fórmula infantil para vários dias.

Agora em casa, ela conta que a bebê começou a perder peso novamente. "Os médicos me disseram que Siwar melhorou e está melhor do que antes, mas acho que ela ainda está magra e não melhorou muito. Conseguiram apenas uma lata de leite em pó para ela, e agora o leite começou a acabar."

Moscas dançam em frente ao rosto de Siwar. "A situação é muito grave", diz Najwa, "os insetos ficam rondando ela, tenho que cobri-la com um lenço para que nada a toque".

Siwar convive com o som da guerra desde novembro ado, quando nasceu. A artilharia, os foguetes, as bombas caindo — distantes e próximas. Os tiros, as hélices dos drones israelenses zumbindo acima. Najwa explica: "Ela entende essas coisas. O som dos tanques, aviões de guerra e foguetes é muito alto e eles estão muito perto de nós. Quando Siwar ouve esses sons, ela se assusta e chora. Se estiver dormindo, acorda assustada e chorando."

Médicos em Gaza afirmam que muitas mães jovens relatam não conseguir amamentar seus bebês. O problema mais urgente é a falta de comida e água limpa.

Najwa estava desnutrida quando Siwar nasceu. Ela e sua mãe, Reem, ainda têm dificuldade para conseguir comida. "No nosso caso, não podemos fornecer leite ou fraldas por causa dos preços e do fechamento da fronteira."

Em 22 de maio, o órgão militar israelense Cogat — que organiza ajuda humanitária a Gaza — disse que não havia escassez de alimentos no território. E afirmou que "quantidades significativas de comida para bebês e farinha para padarias" haviam sido trazidas para o local nos últimos dias.

BBC
Agências de ajuda humanitária se manifestaram sobre a escassez de alimentos em Gaza

A agência do Exército de Israel tem insistido repetidamente que o Hamas rouba ajuda humanitária. O governo israelense afirma que a guerra continuará até que o Hamas seja destruído e os reféns israelenses mantidos em Gaza sejam libertados.

Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acredita-se que 20 reféns capturados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 estejam vivos e até 30 outros estejam mortos.

Agências humanitárias, as Nações Unidas e muitos governos estrangeiros, incluindo o Reino Unido, rejeitam o comentário da agência israelense Cogat de que não há escassez de alimentos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também falou sobre pessoas "ando fome" em Gaza.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que a quantidade de ajuda que Israel permitiu a Gaza é apenas do tamanho de "uma colher de chá". Ele disse que os palestinos estão "ando o que pode ser a fase mais cruel deste conflito cruel", com fornecimento de combustível, abrigo, gás de cozinha e suprimentos para purificação de água.

Segundo a ONU, 80% de Gaza agora está designada como zona militarizada israelense ou é um lugar de onde as pessoas foram obrigadas a sair.

As negações, as expressões de preocupação, as condenações e os momentos que pareciam pontos de virada surgiram e desapareceram ao longo desta guerra. A única constante é o sofrimento dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza, como Najwa e sua filha Siwar.

"Não pensamos no futuro nem no ado", diz Najwa.

Para elas, só existe o momento presente e como sobreviver a ele.

Com reportagens adicionais de Malak Hassouneh, Alice Doyard e Nik Millard.

Mais Lidas ow5l