Oriente Médio

Ataques de Israel a Gaza são vingança e não autodefesa, diz Mauro Vieira

Para o chanceler brasileiro, o que o Estado israelense tem feito na Faixa de Gaza são "atrocidades" em uma "reação desproporcional" contra civis

Para o ministro Mauro Vieira (foto), Israel já ou de todos os limites com o massacre em Gaza
 -  (crédito: Vinicius Loures/Câmara)
Para o ministro Mauro Vieira (foto), Israel já ou de todos os limites com o massacre em Gaza - (crédito: Vinicius Loures/Câmara)

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, voltou a condenar nesta quarta-feira (28/5) o que chamou de “atrocidades” do governo israelense contra a população civil na Faixa de Gaza. Segundo o chanceler, a matança promovida pelas Forças de Defesa de Israel contra palestinos não configura autodefesa, e sim vingança.

“O presidente Lula foi o primeiro a condenar o ataque terrorista, ele disse terrorista, de Hamas a Israel, que levou à morte de mais de 1.000 pessoas numa noite sangrenta e numa atitude inexplicável”, disse o ministro na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Ele respondia a questionamentos de deputados sobre a posição do Brasil no conflito. “Fomos duros na condenação e sempre repetimos que já ou do tempo — 18 ou 19 meses — em que se pode dizer que tudo é autodefesa. Não é. É uma vingança, um combate, uma guerra desequilibrada porque é de um exército altamente sofisticado contra a população civil”, continuou.

Para Vieira, o Brasil não pode se omitir em defender a população palestina. Ele justificou que a população na região é importante e que há uma relação próxima do país com os nascidos na Faixa de Gaza. “Há muitos binacionais e há muitos filhos de palestinos que nasceram no Brasil e vice-versa. O Brasil não poderia deixar de atuar na defesa desses cidadãos”, disse.

“Com relação à questão da Palestina, eu acho que nossa posição é muito clara e sempre foi a de condenação aos atos terroristas do Hamas. Isso é claro e óbvio. O presidente inúmeras vezes referiu-se a isso. E também a de crítica à atitude do Estado de Israel, do atual governo de Israel, pelas atrocidades, e pela reação desproporcional contra uma população civil”, afirmou Mauro Vieira.

Mortes

Segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza, até a última terça-feira (27), o exército israelense já havia matado ao menos 54 mil palestinos. Desse total, ao menos 17.400 eram crianças. Outras 123,1 mil pessoas foram feridas.

No dia do ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelense, em 7 de outubro de 2023, 1.200 pessoas foram mortas.

Desde o início do conflito, o governo de Benjamin Netanyahu também controla a entrada e saída de palestinos da Faixa de Gaza, assim como de mantimentos como comida e água. Segundo a rede Al Jazeera, cerca de 2,2 milhões estão em “insegurança alimentar aguda” em Gaza.

Genocídio em Gaza

Em dezembro de 2024, a Anistia Internacional concluiu, depois de um trabalho de pesquisa, que o governo israelense cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

"O relatório da Amnistia Internacional demonstra que Israel realizou atos proibidos pela Convenção do Genocídio, com a intenção específica de destruir os palestinos em Gaza. Estes atos incluem assassinatos, causando graves danos físicos ou mentais e infligindo deliberadamente aos palestinianos em Gaza condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física”, disse a entidade.

"Mês após mês, Israel tem tratado os palestinianos em Gaza como um grupo subumano indigno dos direitos humanos e da dignidade, demonstrando a sua intenção de destruí-los fisicamente", comentou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional.

postado em 28/05/2025 18:02 / atualizado em 28/05/2025 18:07
x