Pedido de prisão

Líder do PT vai à PGR contra Bolsonaro por obstrução de Justiça

Lindbergh Farias (PT-RJ) alega que o ex-presidente tentou influenciar o depoimento do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) ao Supremo

Para o deputado (dir.), a prisão de Bolsonaro (esq.) é importante para evitar que o ex-presidente atrapalhe as investigações sobre a tentativa de golpe -  (crédito: Reprodução/YouTube e Kayo Magalhães/Câmara)
Para o deputado (dir.), a prisão de Bolsonaro (esq.) é importante para evitar que o ex-presidente atrapalhe as investigações sobre a tentativa de golpe - (crédito: Reprodução/YouTube e Kayo Magalhães/Câmara)

Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta sexta-feira (30/5) para pedir a prisão cautelar e abertura de uma nova investigação criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de obstrução de Justiça.

O motivo foi uma ligação feita pelo ex-presidente ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) em 22 de maio, na véspera de um depoimento do congressista ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe que resultou no 8 de janeiro de 2023. A ligação foi noticiada pela imprensa e confirmada pelo próprio senador.

“A relação entre os envolvidos (...) revela, no mínimo, a tentativa deliberada de tentar influenciar a versão dos fatos que seria levada ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Lindbergh no documento enviado à PGR.

“O telefonema configura, em tese, obstrução à Justiça, pois insere-se na tentativa de embaraçar a investigação de infração penal que envolve organização criminosa”, continuou o líder do PT.

Lindbergh argumentou, também, que o “histórico” de Bolsonaro na investigação em curso motivaria a “adoção de providências imediatas para elucidar a gravidade da conduta” e a imposição de medidas cautelares para evitar que o ex-presidente atrapalhe as investigações.

O líder do PT pediu que a Procuradoria-Geral da República recomende à Justiça requisitar registros de chamadas telefônicas, dados de celular e eventuais mensagens trocadas entre Bolsonaro e Mourão.

Lindbergh solicitou, ainda, um novo depoimento de Mourão para esclarecer a conversa por telefone e a proibição de contato, por parte de Bolsonaro, com qualquer testemunha do processo.

postado em 30/05/2025 16:03 / atualizado em 30/05/2025 16:07
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