
A ministra de Relações Institucionais Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou nesta segunda-feira (9/6) que o ex-presidente Jair Bolsonaro estará, a partir de hoje, “no lugar que lhe cabe no Estado democrático de direito, que é o banco dos réus”. A declaração foi publicada por Gleisi em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), em referência ao interrogatório de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo em que é réu por tentativa de golpe contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.
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Ela enfatizou que o julgamento tem importância histórica e que Bolsonaro está sendo julgado com todas as garantias previstas no devido processo legal, ao contrário do que ele, sempre defendeu. “Bolsonaro teve e terá, ao longo da ação, todas as garantias do devido processo legal, diferentemente do que acontece nas ditaduras que ele defende e tentou impor novamente ao Brasil”, afirmou a parlamentar.
Na postagem, Gleisi disse que o interrogatório de Jair Bolsonaro no STF representa uma resposta institucional às ações da extrema-direita. Segundo ela, é uma oportunidade de responsabilização por ataques ao processo eleitoral e tentativas de desacreditar as instituições democráticas. “O julgamento de seus crimes é a melhor resposta às mentiras que ele, seus familiares e cúmplices espalham pelo mundo, difamando o Brasil, em busca de uma intervenção estrangeira na Justiça e na política em nosso país”, escreveu.
A deputada reiterou que o episódio vai além da figura individual de Bolsonaro. Para Gleisi, o julgamento no Supremo também atinge os mecanismos que sustentaram o bolsonarismo, as redes de desinformação, os discursos de ódio e as ameaças à soberania popular. “Um momento histórico para que nunca mais ameacem a democracia”, afirma Gleisi
Ainda na postagem, a ministra declarou que o julgamento representa um marco na história recente do país e deve servir de lição para que novas tentativas de ruptura institucional não voltem a ocorrer. Ela associa diretamente Bolsonaro a práticas antidemocráticas, violência política e manipulação da opinião pública. “Estarão junto com ele, no banco dos réus, a violência política, o discurso de ódio, a rede de mentiras e todos os recursos que a extrema-direita empregou para usurpar o poder. É um momento histórico que vamos presenciar, para que nunca mais voltem a ameaçar o país e a democracia”, afirmou.
O interrogatório de Bolsonaro ocorre no âmbito da ação penal originada a partir da investigação da tentativa de impedir a posse de Lula em 2023. A denúncia, aceita pelo STF, atribui ao ex-presidente a liderança de uma trama golpista, ao lado de militares, ex-assessores e aliados.