Trama golpista

Mourão rebate apuração do STF e diz que foi testemunha por "gentileza" a Bolsonaro

Ex-vice-presidente afirmou que depoimento em julgamento sobre tentativa de golpe foi verdadeiro e negou qualquer irregularidade ou pressão por parte de Bolsonaro após ser citado pelo deputado Lindbergh Farias

Mourão:
Mourão: "Em momento algum fui constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente" - (crédito: Reprodução/Alan Santos/PR)

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negou qualquer irregularidade em seu depoimento como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no inquérito em que o ex-presidente é investigado por tentativa de golpe de Estado, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada nesta terça-feira (4/6), por meio de um comunicado enviado à imprensa.

A manifestação foi feita após o ministro Alexandre de Moraes determinar que ele preste novos esclarecimentos, a pedido da Procuradoria-Geral da República, com base em representação assinada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Tenho a esclarecer que nada de irregular ou ilegal ocorreu”, afirmou Mourão, ao justificar o motivo de seu envolvimento.

Segundo o senador, foi o próprio Bolsonaro quem entrou em contato dias antes da audiência para consultá-lo sobre a possibilidade de ser testemunha no processo. “Esclareceu que fazia esse contato tendo em vista que — de maneira excepcional — o ministro relator do processo não iria expedir intimações às testemunhas indicadas pelas defesas, cabendo a estas, então, contatá-las e pedir a gentileza de prestarem depoimento”, relatou.

Ainda de acordo com o texto, o senador disse que o diálogo com Bolsonaro se restringiu ao convite e a uma breve conversa sobre saúde. “Concordei com o pedido do ex-presidente, e ei a perguntar-lhe sobre seu estado de saúde, visto que se recuperava de recente cirurgia”, detalhou. Mourão ocupava a vice-Presidência da República durante o mandato de Bolsonaro e manteve relação institucional com o ex-chefe do Executivo mesmo após deixar o cargo.

O senador fez questão de enfatizar que sua fala no depoimento não foi objeto de qualquer interferência, pressão ou sugestão externa. "Em momento algum fui constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente", finalizou.

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postado em 04/06/2025 15:45 / atualizado em 04/06/2025 15:46
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