O Brasil se prepara para receber um dos mais importantes eventos do ano,tanto pela escala globalquanto pelo simbolismo de ocorrer no coração da maior floresta domundo. Rodeada pela Amazônia,em Belém, no Pará, a COP30 reunirá autoridades, pesquisadores,ativistas e membros da sociedadecivil com a expectativa de dar o tomdas políticas mundiais de proteçãoambiental na próxima década.
Mas mais importante do que odiscurso é colocar em prática açõesde proteção do meio ambiente. Por isso, o conceito das soluções baseadas na natureza tem ganhado destaque, com abordagens que atuam na restauração ambiental e resiliência climática, mas que também buscam transformar os processos produtivos com potencial de degradação em práticas sustentáveis. E de inovação e transformaçãoo empreendedorismo brasileiro entende.
É essencialmente nos micro e pequenos negócios, por meio daeconomia criativa, que emerge aconsciência ambiental e social deque o país e o mundo inteiro precisam para ter qualidade de vida e legar às próximas gerações algo alémde um planeta destruído.
Com um mercado que move 3% do PIB, de acordo com dadosmais recentes do Observatório Nacional da Indústria (ONI), lançados em 2023, a economia criativa devealcançar 8,4 milhões de empregos em 2030, um aumento de 13,5% em comparação a 2022, quando se tinha 7,4 milhões de empregados no setor.
“Sabemos que a economia criativa é um setor que engloba várias atividades, desde que estejam inseridos otalento, a criatividade e o capital intelectual das pessoas que trabalham com isso. São pessoas que transformam o criativo em produtos, serviços e negócios, gerando valor econômico e cultural”, afirma Denise Marques, coordenadora nacionalde Economia Criativa no Sebrae.
Ela acrescenta que se trata de um segmento muito transversal, englobando negócios nas áreas da música, audiovisual, moda, design, artes visuais, artesanato, publicidade, arquitetura, games e gastronomia.“E, de certa maneira, até essas novas profissões que estão surgindo — como influencer — podem se encaixar como um criativo”, ressalta.
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Denise destaca ainda o baixo investimento inicial necessário na maioria dasvezes, tornando-o um terreno de oportunidades para os micro e pequenos empresários. “Além disso, promove inovação, valoriza as identidades culturais locais e estimula cadeias produtivas sustentáveis e colaborativas”, ressalta (leiaTrês perguntas para no fim da matéria).
Ninguém fica para trás 401214
As empresas do setor emergem com maior consciência sobre a importância da inclusão, valorizando o trabalho de mulheres e de jovens, preocupadas com o meio ambiente e com a redução das pegadas de carbono e, por isso, alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU, contribuindo para uma maior diversificação e competitividade da economia.
Não à toa, seu impacto no comércio global também tem sido significativo e é um dos que mais cresce no mundo. As exportações de serviços criativos atingiram US$ 1,4 trilhão em 2022, um aumento de 29% desde 2017. Já as de bens criativos atingiram US$ 713 bilhões, um aumento de 19%, segundo dados do relatório Perspectivas da Economia Criativa 2024, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Na última década, a participação dos serviços criativos no total das exportações de serviços aumentou de 12% para 19%, enquanto a participação dos bens criativos no total das exportações de bens se manteve estável, em torno de 3%, desde 2002. Os países em desenvolvimento aumentaram a participação de10% em 2010 para 20% em 2022.
“A economia criativa tem asforças certas impulsionando suasvelas. Não é apenas arte. É uma potência econômica que devemos explorar juntos, sem deixar ninguém para trás”, observou Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD, quando foi lançado o relatório.
Pesquisa e equilíbrio 3k65
Tirar um negócio amigo doplaneta do papel traz desafios teóricos e práticos para equilibrar a criação artística e cultural com a sustentabilidade financeira. Além disso, é preciso estar atento às tendências, que mudam conforme o cenário econômico e social.
Para Armando Fornazier, doutor em desenvolvimento econômico e professor da Universidade de Brasília (UnB), é crucial tornar o empreendimento viável financeiramente e superar a dificuldade em escalar para o mercado.
“As tecnologias são aliadas e vêm acelerando muito a economia criativa. Reuniões virtuais, trabalho remoto, sistemas de programação, tudo isso é fundamental. Mas não se pode perder de vista o consumidor, ao mesmo tempo que quer ser hightech, tem gente querendo desacelerar”, alerta.
As tendências atuais incluem a convergência entre práticas culturais e tecnologias digitais, o crescimento de projetos com compromissos socioambientais e a valorização de experiências culturais com impacto social, enumera a professora doutora Daniela Fávaro Garrossini, do Instituto de Artes/Departamento de Design, e vice-coordenadora do Observatório de Políticas Culturais (OPCULT/UnB).
Segundo ela, observa-se também uma crescente aproximação entre cultura e bem-estar. “Isso indica que a criatividade tem sido mobilizada como resposta a crises sociais, ambientais e subjetivas, contribuindo para a reconstrução de modos de vida mais integrados”, explica.
A UnB exerce um papel significativo na formulação de estratégias inovadoras ao integrar diferentes campos do saber em suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. “Nesse contexto, e na UnB, o Decanato dePesquisa e Inovação atua como instância de articulação e fomento, apoiando iniciativas que aproximam a produção acadêmica das transformações culturais e sociais em curso, promovendo aportes significativos no campo da inovação”, finaliza Daniela.
Pesquisa e equilíbrio 3k65
Tirar um negócio amigo do planeta do papel traz desafios teóricos e práticos para equilibrar a criação artística e cultural com a sustentabilidade financeira. Além disso, é preciso estar atento às tendências, que mudam conforme o cenário econômico e social.
Para Armando Fornazier, doutor em desenvolvimento econômico e professor da Universidade de Brasília (UnB), é crucial tornar o empreendimento viável financeiramente e superar a dificuldade em escalar para o mercado. "As tecnologias são aliadas e vem acelerando muito a economia criativa. Reuniões virtuais, trabalho remoto, sistemas de programação, tudo isso é fundamental. Mas não se pode perder de vista o consumidor, ao mesmo tempo que quer ser hightech, tem gente querendo desacelerar", alerta.
As tendências atuais incluem a convergência entre práticas culturais e tecnologias digitais, o crescimento de projetos com compromissos socioambientais e a valorização de experiências culturais com impacto social, enumera a professora doutora Daniela Fávaro Garrossini, do Instituto de Artes/Departamento de Design, e vice-coordenadora do Observatório de Políticas Culturais (OPCULT/UnB).
Segundo ela, observa-se também uma crescente aproximação entre cultura e bem-estar. "Isso indica que a criatividade tem sido mobilizada como resposta a crises sociais, ambientais e subjetivas, contribuindo para a reconstrução de modos de vida mais integrados", explica.
A UnB exerce um papel significativo na formulação de estratégias inovadoras ao integrar diferentes campos do saber em suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. "Nesse contexto, e na UnB, o Decanato de Pesquisa e Inovação atua como instância de articulação e fomento, apoiando iniciativas que aproximam a produção acadêmica das transformações culturais e sociais em curso, promovendo aportes significativos no campo da inovação", finaliza Daniela.